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Hipertensão Infantil

A hipertensão arterial infantil tem suas características semelhantes a dos adultos, tendo prevalência de casos da forma primária, com falta de sinais e sintomas que apontem a presença da doença.

Isto demanda maior atenção às investigações relacionadas à prevalência dessa doença entre crianças e adolescentes.

Em meio aos fatores que contribuem para a origem da hipertensão arterial, destaca-se o estilo de vida pouco saudável, onde se incluem os hábitos alimentares inadequados associados à inatividade física e também ao baixo nível socioeconômico, a obesidade, fatores genéticos, ambientais e antropométricos.

Há uma relação ao fato de que a maioria dos fatores de risco para a hipertensão arterial, identificada na vida adulta, é comum também na infância.

E as evidências indicam que hábitos inadequados de vida adotados na infância podem repercutir negativamente na idade adulta, como na obesidade e no diabete mellitus e também nas doenças cardiovasculares.

Estudos realizados em diversos países enfatizam a ocorrência da hipertensão arterial em idade cada vez mais precoce, e o Brasil segue a tendência mundial.

As investigações realizadas no país caracterizam a distribuição desse agravo em crianças e adolescentes de diversas regiões, causando preocupação no campo da saúde.

A presença do indicador de risco no histórico familiar de hipertensão determina maior risco para que os filhos também desenvolvam essa patologia.

Isso se confirma por um estudo realizado em São Paulo, no qual os valores da pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica foram maiores para filhos de hipertensos do que para os filhos de normotensos.

Desde o nascimento, os níveis de pressão arterial aumentam proporcionalmente com a faixa etária.

Entretanto alguns estudos relatam que, entre os fatores de risco, o peso e a altura são mais importantes que a idade na determinação do evento.

No entanto, é consensual que a idade deve ser controlada sempre que se estudar a curva de distribuição da hipertensão.

O que os pais precisam saber sobre hipertensão infantil:
– A hipertensão arterial pode ser de dois tipos: hipertensão secundária – quando é causada por outra doença, como um problema renal; e hipertensão essencial, a qual não tem causa definida. Ambas as formas da doença podem acometer idosos, adultos, jovens e crianças.
– Todos devem ter a sua pressão aferida regularmente, inclusive as crianças, durante as consultas ao pediatra.
– Enquanto no adulto saudável, a pressão ótima é abaixo de 120/80mmHg (12 por 8), na faixa etária até os 18 anos esse dado não é arbitrário. Os níveis que configuram a hipertensão são avaliados pelo médico levando-se em conta idade, sexo e estatura.
– Entre as crianças e adolescentes, a hipertensão essencial está geralmente associada ao estilo de vida – sedentarismo e má-alimentação, principalmente o sobrepeso e a obesidade.
– A hipertensão essencial raramente apresenta sintomas, só podendo ser diagnosticada por meio da medida da pressão.
– O estilo de vida das crianças e adolescentes geralmente está associado aos hábitos dos pais. É importante que estes dêem o exemplo desde cedo.
– Em grande parte dos casos, a hipertensão do adulto começa na infância. Nessa fase, mesmo a forma leve da doença é capaz de provocar alterações danosas ao organismo, como o aumento do coração e seu mau funcionamento, problemas nos rins e alterações nos vasos sangüíneos dos olhos. As alterações podem trazer complicações graves na idade adulta.
– Os cuidados começam na gestação. Pesquisas relacionam a nutrição da gestante, o desenvolvimento fetal e a dieta do lactente com o surgimento de doenças cardiovasculares e renais no futuro.
– O leite materno é considerado a dieta ideal para o lactente até seis meses de idade. O aleitamento artificial pode produzir ganho de peso excessivo e contribuir para o surgimento de obesidade infantil.
– Na maioria dos casos, é possível tratar a hipertensão essencial em crianças e adolescentes sem medicamentos. O tratamento é feito com alterações na dieta – que deverá incluir frutas, verduras e pouco sal, e com um programa adequado de atividade física.

Sociedade Brasileira de Hipertensão.

Cattia Zaccaron
Nutricionista CRN² 9773