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Mordidas: Esclarecimentos Importantes!

As mordidas são comuns nessa fase da idade entre 1 e 3 anos, quando a criança encontra-se na fase oral do desenvolvimento da personalidade, ou seja, ela explora o mundo e exprime suas emoções através da boca.

A criança tem o seu primeiro contato com o mundo através da boca, pelo seio materno, que lhe proporciona o prazer de saciar sua fome. Em razão dessa relação de prazer, à medida que cresce, leva outras coisas à boca, como as mãos, os pés e os brinquedos. Através desse contato, aos poucos vai percebendo várias diferenças como doce e salgado, duro e mole. E na escola, ao morder um amigo, descobre novas sensações de prazer, como em ver o susto, a reação, o choro do outro. A partir dessa sensação agradável, volta a fazer repetidamente.

As mordidas acontecem em situações de disputa por brinquedos ou quando entra uma criança nova no grupo, causando emoções como insegurança, medo da perda ou ciúmes do novato, já que a professora está com a atenção mais voltada para o mesmo.

Também pode expressar que algo não anda bem no ambiente familiar. Como não consegue administrar seus sentimentos, manifesta o incômodo através da mordida.

Por vezes, os pais brincam de morder os filhos. Isso provoca confusão na mente da criança, que ainda não controla seus impulsos e não sabe distinguir o certo e o errado.

A mordida na escola é uma situação constrangedora para todos os envolvidos. Os pais da criança que mordeu sentem-se mal, ficam envergonhados, e os pais da criança agredida ficam chateados com o machucado do filho e sentem-se culpados por deixarem a criança na escola. Já a escola, por sua vez, tem a difícil tarefa de mediar as relações entre as crianças e seus familiares, a fim de amenizar os sentimentos negativos da situação.

Nessas circunstâncias, o manejo deve ser efetuado através da conversa, mostrando para os alunos que devem respeitar os amigos, tratá-los bem, com carinho e mostrar que a criança machucada fica triste, que chora por ter sentido dor. Impeça que a criança sinta-se premiada com o comportamento inadequado. Ela não deve usufruir daquilo que conquistou à base da mordida (isso vale para chutes, beliscões, tapas, arranhões). Além disso, estimule sempre um pedido de desculpas e peça ajuda para curar o machucado do colega.

Se você perceber a necessidade de uma medida punitiva, combine o que acontecerá se o ato voltar a ser praticado e cumpra o combinado. Voltar atrás é dizer que você não tem certeza de sua decisão. Vale lembrar que a punição não deve ser física e sim, através do castigo.

Com o tempo, a criança aprende outras formas de se expressar e deixa as mordidas de lado. Se isso não acontecer a partir dos 3 ou 4 anos, e seu filho continuar a usar a mordida para aliviar tensões, é melhor ficar atenta.

Silvia Audibert
Psicóloga Clínica CRP07/09764